Alex Fraga

abr 261 min

Poesia - Apóstrofe do Botequim, por Carlos Magno Amarilha

Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor Carlos Magno Amarilha (Dourados MS), com Apóstrofe do Botequim.

APÓSTROFE DO BOTEQUIM

Roberto Alexandre correu da chuva

e se escondeu no botequim

o pão francês, queijo, presunto e maionese

virou misto quente

com pingado

tampou tudo no ouvido duvidando

dá precipitação atmosférica

anunciado antes pelo feiticeiro da meteorologia

que aparece diariamente no jornal na rede local

com os olhos vendados e por isso molhado

sabia que vendiam fiado para os vizinhos

ou no cheque chorão

em que pediu: - Ei chefia, abre uma conta

para mim, moro nesta rua no 1248,

no apê 212, 2.° andar e trampo em tal lugar

- O que queres? Respondeu o proprietário

- tomar umas e bater aquele rango dá hora!

e o poeta observa todo mundo e a chuva

que se viram nos’trintas,

que se dão bem, ganham & vencem

só o poeta não encontra ninguém

(mesmo pagando à vista)

‘Apóstrofe’ da linguagem figurada:

Ó nuvens! Quantas águas estenderas ainda?

Ó chuva! É urgente trazer um amor para mim

[Amarilha, 2023, p. 36; In: POESIA EM 360°).

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